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Idealismo, macroverbete


vb. criado em 04/07/2013, 13h51m.

Em sentido amplo, o idealismo constitui uma das duas correntes filosóficas básicas. Contrapõe-se ao Materialismo, para o qual toda realidade tem sempre caráter material ou corporal. Seu traço característico é tomar como ponto de partida para a reflexão filosófica o "eu", encarado sob o aspecto de Alma, Espírito ou Mente. A maneira de entender tais conceitos determina diferentes correntes idealistas.

A teoria das idéias de Platão é historicamente o primeiro dos idealismos. Para ele, o ser em sua pureza e perfeição não está na
realidade, que é o reino das aparências. Os objetos captados pelos sentidos são cópia imperfeita das idéias puras. A verdadeira realidade está no mundo das idéias, das formas inteligíveis, acessíveis apenas à razão.

O termo idealismo, na verdade, surgiu apenas no século XVII para designar o platonismo, seus derivados medievais -- doutrina dos universais -- e alguns aspectos das filosofias de Descartes e John Locke. Embora o primeiro fosse racionalista e o segundo empirista, ambos apontaram, em momentos de sua reflexão metodológica, a possibilidade de que o homem só pudesse conhecer "idéias", objetos subjetivos e exclusivos da mente humana. Caberia, assim, pôr em dúvida a própria existência de um mundo sensível.

Para o idealista inglês George Berkeley, a única existência dos objetos é a idéia que se tem deles: "existir é ser percebido". As coisas só existem como objetos da consciência. A existência do mundo como realidade coerente e regular estaria garantida por Deus, mente suprema onde tudo se produz e ordena.

No idealismo transcendental de Kant, a experiência sensorial só se torna inteligível por meio de estruturas conceituais preexistentes no espírito humano. Assim, a realidade é apreendida por formas de sensibilidade, como as noções de espaço e tempo, e certas categorias universais do entendimento, como a unidade, a totalidade, a causalidade etc. A partir da filosofia de Kant, desenvolveu-se o idealismo metafísico alemão, em que Johann Gottlieb Fichte identificou o espírito universal com o eu, e Friedrich Schelling elaborou uma forma de idealismo próximo do panteísmo religioso.

Hegel formulou um sistema filosófico que representa uma síntese do idealismo alemão e é comumente chamada de idealismo absoluto.
As formas de pensar seriam também as formas do ser: "o que é racional é real e o que é real, é racional". O espírito se realiza a si mesmo, no mundo externo, num processo dialético de superação de contradições, integrado por três fases: tese, antítese ou negação, e síntese, ou negação da negação. Os sucessivos processos dialéticos conduziriam o espírito à perfeição.

Todas as doutrinas idealistas
coincidem num postulado básico: a existência de uma realidade última -- quer se chame espírito, Deus ou energia vital -- que transcende o mundo físico e lhe dá sua razão de ser.

(f.: Barsa CD v. 1.11 (1995). Baseada na Nova Enciclopédia Barsa. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações (1 CD))

ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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